
José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, morreu aos 89 anos após lutar contra um câncer no esôfago. Mundialmente conhecido por seu estilo de vida simples e políticas progressistas, Mujica deixa um legado que transcende fronteiras. Com uma trajetória marcada pela resistência, pela solidariedade e por profundas transformações sociais, ele será lembrado como o presidente que ensinou o mundo que “a felicidade está dentro de nós mesmos”.
A trajetória de Mujica: José Alberto Mujica Cordano nasceu na periferia de Montevidéu, filho de uma vendedora de flores. Sua vida política teve início nos anos 1960, quando ingressou no grupo guerrilheiro Tupamaros, que combatia injustiças sociais através de ações radicais contra o regime militar. Durante a ditadura (1973-1985), Mujica foi preso, torturado e passou 14 anos encarcerado, 12 deles em isolamento.
Em uma fuga histórica em 1971, Mujica escapou da prisão junto com outros cem guerrilheiros através de um túnel, mas foi recapturado. Esses anos duros moldaram sua visão de mundo, tornando-o um símbolo de resistência e resiliência.
Retorno à política e presidência: Com a redemocratização em 1985, Mujica voltou à política com um discurso conciliador. Filiado à Frente Ampla, coalizão tradicional da esquerda uruguaia, foi deputado, senador e ministro antes de ser eleito presidente em 2010. Durante seu mandato (2010-2015), adotou políticas inovadoras e progressistas.

Políticas progressistas: Mujica revolucionou o Uruguai com medidas ousadas:
- Legalização da Maconha: Em 2013, o Uruguai tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar completamente a produção e distribuição de maconha, sob controle estatal. Mujica afirmava que a guerra ao narcotráfico havia fracassado e precisava ser enfrentada com novas estratégias.
- Casamento Igualitário: Defensor do matrimônio igualitário, Mujica fez do Uruguai um dos países pioneiros na América Latina a reconhecer legalmente o casamento entre pessoas do mesmo gênero.
- Legalização do Aborto: Apesar de pessoalmente ser contrário à prática, Mujica apoiou a legalização como uma política pública necessária, visando proteger as mulheres, especialmente as mais vulneráveis.
- Defesa ambiental: Mujica destacou-se por discursos enfáticos sobre mudanças climáticas, defendendo uma maior conscientização ambiental e a importância de preservar o planeta.
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Um presidente simples: Conhecido por não usar gravata e rejeitar o luxo presidencial, Mujica optou por viver modestamente em uma pequena chácara em vez do palácio oficial. Doava quase todo seu salário a instituições de caridade e mantinha hábitos simples, simbolizados pelo seu inseparável Fusca azul, seu chimarrão e seu fiel cachorro vira-lata de três patas. Essa simplicidade lhe rendeu o apelido de “presidente mais pobre do mundo”.
Legado e despedida: Após deixar a presidência com 65% de aprovação popular e significativas reduções de pobreza e desemprego, Mujica continuou ativo politicamente como senador. Entretanto, em 2020, aposentou-se da vida pública devido à pandemia da Covid-19 e problemas crônicos de saúde.
Em sua última mensagem pública, Mujica deixou uma lição valiosa:
“Triunfar na vida não é ganhar sempre, mas levantar-se e recomeçar cada vez que cairmos.”
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