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Bienal do Livro 2025 reinventa o ato de ler com atrações inéditas e bate-papos inspiradores

Com o título de Capital Mundial do Livro, Rio celebra literatura com bate-papos, atrações sensoriais e autores do mundo todo.

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Bienal do Livro 2025 reinventa o ato de ler com atrações inéditas e bate-papos inspiradores
Com Chimamanda Ngozi Adichie na abertura, evento celebra o título de Capital Mundial do Livro com programação imersiva, inclusiva e plural. Imagem: Agência CSP

No ano em que o Rio de Janeiro ganha o título de “Capital Mundial do Livro” pela Unesco, a Bienal do Livro de 2025 promete ser a maior de todos os tempos. Prevista para acontecer entre 13 e 22 de junho, no Riocentro, na Barra Olímpica, e deve reunir mais de 600 mil pessoas durante dez dias.

E, para começar em alto nível, a abertura vai contar com autora nigeriana feminista Chimamanda Ngozi Adichie, que vai conversar com a atriz, apresentadora, jornalista e defensora das mulheres negras pela ONU Brasil, Taís Araújo.

O evento promete se reinventar ao apresentar o conceito de Book Park – um autêntico parque de diversões literário, onde as histórias ganham vida por meio de experiências imersivas e sensoriais.

Entre as novidades, estão a Roda Gigante Leitura nas Alturas Light, com cabines personalizadas com personagens e áudios relacionados aos livros;  o Labirinto de Histórias Paper Excellence, que  convida o visitante a mergulhar em um espaço interativo onde os livros ganham vida de forma lúdica e sensorial. Para os fãs de mistério, o Escape Bienal Estácio é uma atração imperdível.

Com quatro cenários literários desenvolvidos em conjunto com editoras, o espaço traz enigmas e desafios inspirados em thrillers de sucesso. E com um olhar voltado para a convivência e a troca literária, a nova Praça Além da Página Shell surge como um espaço vibrante onde as comunidades leitoras se encontram para viver a literatura de forma plural e criativa.

Entre tantos eventos, o Cansei de Ser Pop selecionou os programas imperdíveis.

13 de junho – Chimamanda Ngozi Adichie e Taís Araújo

A autora nigeriana fala sobre sua trajetória, os temas que inspiram sua obra e o romance A contagem dos sonhos (Companhia das Letras), que traz uma narrativa polifônica sobre a diversidade de vivências de jovens mulheres africanas em seus movimentos pelo mundo.

A obra é centrada no diálogo entre tradição e contemporaneidade, abordando as relações de cada uma das personagens com sua ancestralidade, seu território de origem e o desejo de habitar sua própria vida com coragem. 

“Estou em êxtase de ter a oportunidade de entrevistar uma das autoras que mais mexeram comigo, com muitos livros incríveis. A Chimamanda está vindo para a Bienal para lançar o novo livro dela e vale a pena ouvi-la, ela é incrível. Estou muito feliz e honrada com esse convite”, diz Taís.

14 de junho – Roda com Lynn Painter

Autora de Melhor do que nos filmes e Apostando no amor, a americana Lynn é um fenômeno do TikTok. Embalado por músicas da Taylor Swift, a obra Melhor do que nos filmes traz uma divertida história sobre encontrar o amor onde menos se espera. A autora, que já vendeu mais de 350 mil exemplares no Brasil, tem como recurso literário favorito o “fake dating”, ou namoro falso, presente em todas as suas obras.

Na Bienal, ela vai compartilhar curiosidades, bastidores e o que torna seus romances tão envolventes e apaixonantes — tudo com leveza e bom humor. Lynn vai lançar Sorte no amor (Intrínseca), uma história de amor improvável entre Jack e Hallie, duas pessoas que fazem uma aposta curiosa: quem se apaixonar primeiro, ganha.

15 de junho – Entre prateleiras e afetos Kim Ho-yeon

Autor de A Inconveniente Loja de Conveniência, o sul-coreano Kim é conhecido como um contador de histórias versátil. Ele já exerceu múltiplas profissões, incluindo romancista, roteirista e escritor de histórias em quadrinhos. Kim é um dos expoentes da “literatura de cura” na Coreia do Sul. Na Bienal, ele vai revelar os bastidores de seus livros, que tocam leitores ao redor do mundo com mensagens de delicadeza, esperança e humanidade.

Encontro com: Chimamanda Ngozi Adichie, Entra na roda com Lynn Painter, Entre prateleiras e afetos Kim Ho-yeon. Foto: Divulgação | Edição: Agência CSP

16 de junho – Orquestra Armorial com Ariano Suassuna

No aniversário de Ariano Suassuna (1927-2014), a Orquestra Armorial percorre a Bienal em um cortejo vibrante com música, dança e poesia, celebrando a arte e o legado do autor. Suassuna está fundamentalmente enraizado na cultura brasileira, defendendo-a com clamor, mas também com rigor, separando o joio do trigo.

Um país que tem Os Sertões pode ser dominado politicamente, pode ser aviltado, mas estará sempre a salvo”, disse, certa vez, reafirmando a defesa de uma causa que lhe garantiu acusações de xenofobia, especialmente quando investia contra o que considerava lixo cultural imposto por nações como os EUA. Ele dava de ombros: “Sou velho mas tenho muita energia. Quem quiser duelar comigo, que venha preparado”.

17 de junho – Encontro com creators Mussa & Problems

A Turma do Problems vs Mussa agita a Bienal com música, humor e mensagens inspiradoras que encantam crianças e adolescentes de todo o Brasil. O músico, compositor e youtuber Mussa é fenômeno da música infantil graças ao seu estilo único e divertido. Ele quebra barreiras e paradigmas, levando inclusão e acessibilidade, através do rap, para crianças de todo Brasil.

18 de junho – Sessão ABL: Ciclo um Rio de Afetos

No espaço reservado à Academia Brasileira de Letras, importantes escritores como Ana Maria Machado (que já foi presidente da ABL), Godofredo de Oliveira e Carlos Nejar conversam e relembram histórias da Cidade Maravilhosa. O evento ocorre em um espaço que homenageia um mineiro que também conheceu muito bem o Rio de Janeiro: Ziraldo.

19 de junho – Com o coração na boca

Autores consagrados do suspense, Cara Hunter e Raphael Montes falam sobre crimes, mistérios e reviravoltas, revelando os segredos por trás de narrativas envolventes e os bastidores do processo criativo.

A britânica Cara Hunter, autora de 61 anos, lançou Onde Está Maisy Mason? que consolidou sua fama de “a nova Agatha Christie”. E Raphael Montes se tornou o principal autor de romance policial no Brasil, com romances como Bom Dia Verônica e Jantar Secreto. É autor também de Beleza Fatal, telenovela que se tornou grande sucesso do streaming

Orquestra Armorial com Ariano Suassuna, Encontro com creators Mussa & Problems, ‘Com o coração na boca’ com Cara Hunter e Raphael Montes. Foto: Divulgação | Edição: Agência CSP

20 de junho – Juntas e separadas

Thalita Rebouças, Mini Kerti e parte do elenco comentam os bastidores da série do GloboPlay, que acompanha quatro mulheres de 40 anos em suas dúvidas, afetos e desejos de recomeçar. Aos 50 anos, Thalita celebra 25 de carreira e mostra como continua sendo o exemplo perfeito de sucesso na literatura jovem.

Sua obra já foi traduzida para mais de 20 países e vendeu cerca de 2,3 milhões de exemplares. O curioso é que, na primeira Bienal em que participou, em 2000, precisou pegar um microfone e anunciar que estava ali para assinar livros e não para dar informações.

21 de junho – Páginas na tela: Novela

A telenovela faz parte da rotina do brasileiro desde os anos 1960. Ainda que com altos e baixos na audiência, o folhetim eletrônico faz parte da rotina de boa parte da população.

Em um bate-papo com renomados autores de telenovelas, que brilham tanto na TV aberta quanto no streaming, este painel celebra o início de uma abro audiovisual: a criação. Com Raphael Montes, Alessandra Poggi, Gloria Perez e Walcyr Carrasco e mediação de Rosane Svartman

22 de junho – Ainda estou aqui

Marcelo Rubens Paiva é um nome marcante da literatura desde o início dos anos 1980, quando lançou seu best-seller Feliz Ano Velho.

Desde então, lançou outros livros de sucesso mas o mais recente ultrapassou os limites do papel e chegou no cinema com sucesso: Ainda Estou Aqui, sobre a batalha de sua mãe Eunice Paiva para sobreviver depois do assassinato do marido, o deputado Rubens Paiva, pela ditadura militar, ganhou o Oscar de melhor produção internacional.

Na Bienal, ele vai falar sobre a adaptação do texto para o cinema, as escolhas criativas e o sucesso do filme brasileiro mais premiado da história recente, fiel à potência literária da obra original.

Juntas e separadas com Thalita Rebouças, Páginas na tela: Novela e Ainda estou aqui com Marcelo Rubens Paiva. Foto: Divulgação | Edição: Agência CSP

Resumo do conteúdo:

A edição de 2025 da Bienal do Livro será marcada por:

  • Abertura com Chimamanda Ngozi Adichie e Taís Araújo em um diálogo potente sobre literatura, ancestralidade e feminismo negro.
  • Estrutura inédita: o Book Park contará com a Roda-Gigante da Leitura, o Labirinto de Histórias e o Escape Bienal, com enigmas literários.
  • Encontros com autores internacionais como Lynn Painter, Kim Ho-yeon, Cara Hunter e com grandes nomes da literatura nacional como Raphael Montes e Marcelo Rubens Paiva.
  • Homenagens a Ariano Suassuna, à novela brasileira e à memória literária do Rio de Janeiro.
  • Espaços voltados à diversidade: rodas de conversa com creators, encontros com a ABL e debates sobre afetos, política e juventude.
Bienal do Livro 2025 reinventa o ato de ler com atrações inéditas e bate-papos inspiradores

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