O momento é muito favorável para o ator e produtor Beto Sargentelli. Além de receber duas indicações ao prêmio Bibi Ferreira na categoria ator (por suas atuações em Bonnie & Clyde e West Side Story), ele recebeu ótima acolhida ao divulgar seu próximo projeto: Elvis, o Musical do Rei do Rock, produção cuja captação de recursos já começou.
Serão 32 canções, apresentadas integralmente ou apenas fragmentos, que vão cobrir a vida e a carreira do cantor, que morreu precocemente em 1977, aos 42 anos. Trata-se de um projeto audacioso e antigo. Quando criança, Beto acompanhava o pai Roberto na idolatria a Elvis.”Foi uma das maiores marcas que ele deixou em mim após sua partida igualmente precoce“, diz Beto, em sua conta no Facebook.
“Ator e cantor que era, com seus 20 e poucos anos, ele chegou a fazer shows como Elvis, possuía inúmeros LPs, além de uma fita cassete, uma verdadeira relíquia, onde ele gravou a si mesmo cantando os maiores sucessos de Elvis para dar de presente à minha mãe, na época sua namorada. Além da semelhança física, ele possuía a voz e o timbre do Rei.”
Beto conta que uma das primeiras músicas que o pai o ensinou a cantar e tocar ao violão foi Love Me Tender. “Elvis foi um dos primeiros cantores a me inspirar a interpretar um personagem. Eu tentava igualar seu timbre, interpretação e movimentos das pernas.“
Isso acabou influenciando diversos momentos da vida do ator. “Sempre em algum momento me chamavam de Elvis, além de algumas semelhanças físicas, como o topete que sempre me acompanhou, o violão e a motocicleta também, as costeletas de vez em quando eram mantidas sem que eu sequer percebesse que eram uma marca vintage ou ‘rocknroller‘.”
Até que, em 2017, quando ensaiava 2 Filhos de Francisco – O Musical, Beto começou de fato a fazer as pesquisas. E quem o incentivou (direta ou indiretamente) foi o diretor do espetáculo, Breno Silveira, que morreu com a mesma idade que o pai de Beto, 54 anos. “Você tá muito Elvis Presley com essa camisa e esse topete… cantando assim então, você tá igual!“, disse o encenador, que também era cineasta, durante um ensaio.
Como não descobriu nenhuma produção oficial na Broadway que pudesse adaptar, Sargentelli começou a rascunhar o próprio texto, algo original que ganhou fôlego quando os responsáveis pela marca Elvis deram sinal verde. “Foram três anos de conversa e, nesse período, os americanos aprovaram praticamente tudo.“
Beto conta estar mais interessado na trajetória pessoal do Elvis e não apenas na celebridade. “Claro que pretendo evidenciar o homem que foi um dos ícones culturais mais significativos do século XX, mas também o homem que se sentiu incompleto durante toda a vida, com a perda do irmão gêmeo, Jesse, que nasceu 35 minutos antes dele, mas natimorto.“
Não faltará, claro, a figura do Coronel Tom Parker, que viria a empresariá-lo por mais de duas décadas de uma forma condenável para muitos especialistas e que ganhou destaque com a interpretação de Tom Hanks no recente filme dirigido por Baz Luhrmann.
Aos 30 anos, Beto Sargentelli saboreia um grande momento da carreira e está no momento ideal para viver Elvis Presley dos 18 aos 38 anos, desde a ascensão quando jovem até a turbulência que marcou o final de sua trajetória. “O movimento da perna é importante, pois ele improvisava os movimentos para esconder o nervosismo que fazia com que sua perna tremesse demais“, conta. “E, com o trabalho de visagismo, consigo interpretá-lo mesmo quando estava mais velho e acima do peso“, comenta o ator
Beto já rascunha a escalação do elenco, assim como a equipe criativa, especialmente a direção. Certo mesmo, tanto na produção como na interpretação, deverá ser a presença de Eline Porto, sua grande companheira no palco e na vida.
Depois de a filmobiografia de Baz Luhrmann estrear no cinema, Elvis vem despertando interesse de criativos – além do projeto de Beto Sargentelli, outro vem sendo preparado em São Paulo, ainda sem definições de sua ficha técnica, mas com apoio do Santander, o que ajudou na captação de R$ 10 milhões.
Confira o teaser de divulgação, com direção audiovisual e produção executiva de Eline Porto, o visagismo de Marcos Padilha, o designer gráfico de Caio Bonicontro, a cinegrafia e fotografia de Gabriel Mor, e a edição e produção executiva de Lucas Mello.
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