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As 10 peças de teatro que marcaram o Brasil em 2024

Confira as 10 peças de teatro que marcaram o ano de 2024 e redefiniram os palcos!

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As 10 peças de teatro que marcaram o Brasil em 2024
Conheças as 10 peças de teatro que marcaram o cenário brasileiro em 2024 | Fotos: Divulgação/Agência CSP

Mais uma temporada fechada e 2024 se encerra como um marco para o teatro brasileiro, mostrando que a força das artes cênicas está mais viva do que nunca. Em um cenário pulsante, peças ousaram desafiar limites, revisitaram clássicos com novas perspectivas e trouxeram à tona histórias que emocionaram, provocaram e encantaram plateias em todo o país.

Seja através de monólogos arrebatadores, como o de Débora Falabella em Prima Facie, ou encontros históricos, como o de Fernanda Montenegro com Simone de Beauvoir, o teatro brasileiro reafirmou sua relevância cultural, dialogando com temas universais e contemporâneos.

Nesta seleção, celebramos as 10 peças que marcaram 2024, uma lista que reflete a diversidade, a criatividade e o talento que definiram o ano nos palcos. Prepare-se para relembrar momentos inesquecíveis e mergulhar na intensidade de um ano memorável para as artes cênicas.


Prima Facie

No ano marcado por grandes monólogos, o destaque ficou com Débora Falabella que criou diversas nuances para interpretar uma pragmática advogada capaz de tudo para defender os seus clientes, mas que se vê no reverso da moeda depois de ser estuprada por um colega e correr atrás de justiça. Com direção de Yara de Novaes e texto da australiana Suzie Miller, a peça é um tour de force de Débora, que prende a atenção do espectador durante todos os minutos

‘Prima Facie’ com Débora Falabella e direção Yara de Novaes | Foto: Divulgação/Ronaldo Gutierrez

Todas as Coisas Maravilhosas

Outro monólogo exemplar, agora interpretado por Kiko Mascarenhas. O ator contou com a cumplicidade da plateia para encenar o texto dos ingleses Duncan MacMillan e Joe Donahue. Em cena, ele vive um menino que assume a tarefa de amenizar a depressão da mãe e convencê-la de que viver vale a pena. Os personagens secundários são representados por espectadores convidados pelo ator na plateia e a delicadeza é tamanha que ninguém se recusa a participar da encenação.

‘Todas as Coisas Maravilhosas’ com Kiko Mascarenha | Foto: Divulgação/Ronaldo Gutierrez

Hedda Gabler

Com a intimidade que tem com peças clássicas, Clara Carvalho dirigiu o clássico de dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) com maestria, Mostrou que continua atual uma peça do século 19 sobre uma mulher que busca ter autonomia sobre sua vida e decisões, mas que sucumbe diante de uma sociedade machista. Um trabalho exemplar.

‘Hedda Gabler’ com direção de Clara Carvalho | Foto: Divulgação/Ronaldo Gutierrez

Petra Von Kant

A peça escrita pelo também cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder ganhou uma montagem histórica nos anos 1980, com Fernanda Montenegro e Renata Sorrah. Aqui, Bete Coelho exibiu todos os inúmeros recursos de seu talento cênico para viver uma estilista destroçada pela indiferença de sua amante, a modelo Karin, que, depois disto, entra em conflito com todas as outras mulheres a sua volta. Uma atriz com pleno domínio de seu ofício.

‘Petra Von Kant’ com direção de Bete Coelho e Gabriel Fernandes | Foto: Divulgação/Luisa Ananias

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O Que Só Sabemos Juntos

Foi marcante o encontro no palco entre Denise Fraga e Tony Ramos. Juntos, fizeram uma costura de histórias pessoais, com citações de grandes autores e a vivência de pessoas anônimas. A peça promove o encontro de dois atores, um homem e uma mulher, com uma multidão de pessoas na plateia. A conversa começa com a lembrança das memórias daqueles artistas e suas referências teatrais, como Tio Vânia, do russo Anton Tchekhov, e Galileu Galilei, do alemão Bertolt Brecht. 

‘O que sabemos juntos’ com Denise Fraga e Tony Ramos | Foto: Divulgação/Cacá Bernardes

A Última Entrevista de Marília Gabriela

Com texto de Michelle Ferreira e direção de Bruno Guida, a apresentadora  Marília Gabriela dividiu a cena com seu filho, o ator Theodoro Cochrane,  em uma peça marcada por revelações. Como em uma sessão de psicanálise, mãe e filho trocam acusações e confidências, expondo feridas abertas há muito tempo, tendo a plateia como testemunha. Feminismo, conflitos geracionais, etarismo e a fronteira entre o público e o privado são alguns dos temas abordados que norteiam o texto.

‘A última entrevista de Marília Gabriela’ com direção de Bruno Guida | Foto: Divulgação/Bob Wolfenson

O Vazio na Mala

Com uma notável atuação , a atriz Noemi Marinho interpreta uma senhora judia que convive com o mal de Alzheimer e começa a reviver momentos de sua vida marcada pelas guerras. Com direção de Kiko Marques e texto de Nanna de Castro, a peça acompanhar o drama de uma família incapaz de superar as consequências deixadas pela violência imposta por uma ideologia genocida e que atravessam gerações. 

‘O vazio da mala’ com direção de Kiko Marques Foto: João Caldas Fº/Divulgação

Tio Vânia

Com larga experiência em montar textos clássicos, o Grupo Tapa, sob o comando de Eduardo Tolentino de Araújo, trouxe um texto que continua atual. Escrita pelo russo Anton Tchekhov no século 19, a peça trata da devastação das áreas verdes, da opressão feminina e da disputa de uma família em torno da terra. Polarizações ideológicas, contendas familiares, emancipação feminina, a hipocrisia da fidelidade conjugal se cruzam por fios invisíveis do texto que transcende seu tempo e espaço.

‘Tio Vânia’ com direção de Eduardo Tolentino de Araújo | Foto: Divulgação/Ronaldo Gutierrez

Dom Casmurro 

Transformar em um musical o clássico de Machado de Assis foi um desafio assumido pelo ator e dramaturgo Davi Novaes é o compositor e diretor musical Guilherme Gila. O resultado foi um dos melhores espetáculos do ano passado, com a dupla revelando conhecimento e intimidade com o texto do Bruxo do Cosme Velho. Embalado por belas canções originais, o público acompanha a intrincada relação entre Bentinho, Capitu e Escobar, que pode esconder (ou não) um adultério. A peça não toma partido, mas reserva uma surpresa no final que, se vivesse nos dias de hoje, Machado certamente aprovaria.

‘Dom Casmurro’ de Machado de Assis | Foto: Divulgação/Hallan Fidelis

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Fernanda Montenegro Lê Simone de Beauvoir

Foi certamente o evento mais espetacular das artes cênicas paulistanas em 2024. A atriz de 95 anos, dona ainda de um raro talento artístico, emocionou o público que disputou 10 mil ingressos no Sesc 14 Bis para vê-la fazendo uma leitura dramática de trechos de A Cerimônia do Adeus, livro publicado pela autora francesa em 1981. Em pé, com papéis com anotações que ia lendo com tranquilidade, Fernanda quebrou barreiras ao se apresentar para mais de 15 mil pessoas no Parque do Ibirapuera, um momento histórico.

‘Fernanda Montenegro Lê Simone de Beauvoir’ Foto: Divulgação/Ubiratan Brasil

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