Camila Morgado assume papel principal em nova montagem do clássico teatral “A Falecida“, dirigida por Sérgio Módena e marcando seu retorno triunfante ao teatro após 11 anos.
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Uma reinterpretação do icônico “A Falecida“, escrito por Nelson Rodrigues há 70 anos, ganha vida no palco mais uma vez. A atriz Camila Morgado assume o protagonismo nessa montagem dirigida por Sérgio Módena.
A Falecida de Nelson Rodrigues
A peça marca o aguardado retorno de Camila aos palcos teatrais, após mais de uma década de hiato. As apresentações acontecem a partir de 18 de agosto até 1º de outubro no Sesc Santo Amaro, com sessões nas sextas-feiras, às 21h; sábados, às 20h; e aos domingos, às 18h.
Nelson Rodrigues, um dos mestres da dramaturgia brasileira, continua a emocionar o público com suas peças emblemáticas. Em “A Falecida” o diretor Sérgio Módena destaca a paixão que tanto ele quanto Camila Morgado têm pelo texto e pelo legado do autor.
A escolha da atriz para o papel principal é ressaltada pela sua habilidade única em interpretar personagens “rodrigueanos”. O diretor Módena ressalta que esta é sua primeira direção de uma obra de Nelson Rodrigues, e a equipe está empenhada em criar uma encenação atemporal, que transcende a crônica carioca original e mergulha na análise da essência humana em suas múltiplas facetas.
Eu e Camila somos apaixonados por esse texto e pelo legado de Nelson Rodrigues. E ela é uma atriz “rodrigueana” por excelência, assim como o Thelmo Fernandes. Esta montagem marca a minha primeira direção de uma obra dele. Estamos criando uma encenação atemporal para a peça, que, originalmente, foi escrita em 1953 e se passa no subúrbio do Rio de Janeiro. Mas Nelson vai além da crônica carioca. Ele radiografa a miséria da alma humana, presente nos mais diversos lugares e épocas”, comenta o diretor sobre a idealização do projeto.
Equipe Criativa de “A Falecida”
Juntam-se a Camila Morgado no elenco os artistas Thelmo Fernandes, Stela Freitas, Gustavo Wabner, Alcemar Vieira, Thiago Marinho e Alan Ribeiro.
Sérgio Módena adianta que a encenação busca uma estética atemporal, capturada no cenário grandioso concebido por André Cortez, onde os vários planos de ação se desenrolam em torno de um imponente mausoléu.
Os figurinos de Marcelo Olinto evocam, não imitam, a década de 50, transitando por diferentes épocas. A trilha sonora criada por Marcelo H explora o conflito entre o sagrado e o profano, refletindo a luta interna da protagonista Zulmira.
“Quando Zulmira se sente culpada, ela busca se afastar do profano, sendo constantemente atormentada por essa ideia. A trilha sonora percorreu diversos estilos, combinando desde obras de Dalva de Oliveira até samba. Essa mescla de estilos é uma característica marcante de Nelson Rodrigues, que inseria elementos cômicos em suas tragédias. O humor peculiar de Nelson está presente em nossa montagem, mesmo diante da trágica história de Zulmira”, acrescenta Módena.
Sobre Nelson Rodrigues
Nelson Rodrigues, uma figura multifacetada que trilhou caminhos como jornalista, cronista, romancista e um dos mais proeminentes dramaturgos do Brasil.
Originário do Recife, Pernambuco, ele iniciou sua jornada na cidade do Rio de Janeiro após se mudar em 1916. Em sua juventude, ele desempenhou um papel ativo no jornal A Manhã, propriedade de seu pai, Mário Rodrigues.
Com uma carreira considerável como repórter policial, ele absorveu uma rica experiência que mais tarde seria refletida em suas peças, explorando os meandros da sociedade.
O embrião de sua carreira teatral nasceu com a peça inaugural “A Mulher sem Pecado“, que sinalizou seus primeiros traços de reconhecimento dentro do panorama teatral.
No entanto, foi com “Vestido de Noiva” que Rodrigues consolidou seu sucesso, introduzindo no teatro brasileiro uma renovação até então inédita. A audácia de sua abordagem, através de três planos entrelaçados – realidade, memória e alucinação – revolucionou a estética teatral e impulsionou o processo de modernização cênica no Brasil.
Esses pioneirismos estéticos pavimentaram o caminho para uma série de triunfos subsequentes, solidificando-o como o proeminente dramaturgo do século vinte no país.
Em 1962, Nelson Rodrigues direcionou sua pena para crônicas esportivas, revelando assim sua paixão fervorosa pelo futebol.
Suas obras permanecem imortalizadas, atraindo grandes atores e encenadores, pois sua riqueza artística parece inesgotável, mantendo-se tão relevante hoje quanto em suas origens.
Sua presença criativa foi silenciada com sua passagem no Rio de Janeiro, em 1980, mas seu legado literário ecoa internacionalmente, um testemunho vívido de sua contribuição ímpar para a cultura e a arte.
Serviço
Espetáculo “A Falecida” de Nelson Rodrigues
Sesc Santo Amaro | Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo
Temporada: De 18 de agosto até 01 de Outubro.
Sessões: Às sextas-feiras, às 21h, sábados, às 20h e aos domingos, às 18h.
Ingressos: A partir de R$12 (credencial plena)
Classificação: 16 anos | Duração: 90 minutos
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