O projeto OKAETÉ, idealizado pelo artista carioca Adilson Dias, tem tudo para chamar a sua atenção. A iniciativa busca promover o futebol jogado por indígenas da região de Angra dos Reis, na Costa Verde, em campo redondo.
Achou curioso? Então, calma que a gente explica melhor. Para comemorar o Dia Internacional dos Povos Indígenas, a ser celebrado na próxima quarta-feira (9), Adilson, que tem ascendência Tupinambá, lançou nos serviços de streaming o clipe “A Nossa Casa em Jogo”.
No vídeo, que você confere ao final da matéria junto com uma galeria de fotos, um grupo de jogadores indígenas do time de futebol Real Bracui joga bola animadamente. Diferentemente das tradicionais quatro linhas, o esporte que é a paixão nacional é praticado com quatro traves e duas bolas, ao redor de uma única linha.
Batizado pelo artista de Futeoka, a ideia é chamar atenção para as questões climáticas do planeta e preservação ambiental . O futebol jogado em círculo, dessa forma, retrata uma grande oca a céu aberto. Okaeté, aliás, é a junção das palavras Tupi-Guarani “oca”, que significa “casa”, e “eté”, que seria “sincero” ou “verdadeiro”.
Ao pé da letra, a tradução poderia ser interpretada como “a verdadeira casa”. Para Adilson, o significado remete ao Planeta Terra, que vem sofrendo com tanta destruição das riquezas naturais que mantém os ciclos da vida, como o desmatamento, queimadas etc.
Projeto OKAETÉ mostra futebol de indígenas em campo redondo
O novo “futeoka”, como o estilo de jogar dos indígenas está sendo chamado, despertou a curiosidade da professora de educação física Mônica Loura, do Colégio Estadual Collecchio, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Por lá, ela pretende aplicar a atividade com seus alunos com o auxílio de Adilson e o mesmo deve acontecer no Colégio Marques Rodrigues, em Sulacap, que também decidiu apoiar o projeto. O artista, inclusive, já tem proposta de um clube internacional, que pode adicionar o Futeoka aos treinos dos seus jogadores. A ideia é dar continuidade às pesquisas com relação ao novo futebol.
Quem quiser mais informações sobre o projeto, ou até mesmo ajudar financeiramente os jovens indígenas, pode entrar em contato através do email adilsondias.arte@gmail.com. No Instagram de Adilson também é possível conferir cenas do making of do vídeo gravado no Sítio Amor Perfeito, em Campo Grande (RJ).
O material audiovisual teve a participação do produtor musical Guilherme Gê na trilha sonora e do percussionista Marcos Suzano, com ensaio registrado pela fotógrafa Rachel Silva. Além da reflexão sobre a importância da preservação ambiental e sobrevivência dos povos indígenas, fica a expectativa para que o OKAETÉ levante a dignidade dessa população que ficou esquecida por tanto tempo.
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