fotos por Daiana Carvalho
Um ano depois de sua apresentação com ingressos esgotados na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, Pitty retornou ao mesmo palco neste último sábado (26) para estrear a turnê do álbum “Matriz” em solo carioca.
Com a casa cheia mais uma vez, a baiana iniciou seu show logo após a apresentação de Mariana Volker, escolhida pelo projeto Palco Aberto. Pouco depois do relógio marcar 1h, um vídeo ao som de “Bicho Solto” foi exibido no fundo do palco para anunciar a entrada de Pitty.
Enquanto os fãs faziam muito barulho, a vetereana cantou a nova “Ninguém é de Ninguém”, agitando o público já na primeira música. Na tour, a artista é acompanhada por Martin Mendonça (guitarra), Gui Almeida (baixo), Paulo Kishimoto (teclados) e Daniel Weksler (bateria). Este último ex-NX Zero e marido de Pitty.
A apresentação seguiu com “Admirável Chip Novo”, do CD homônimo lançado em 2003, e “Memórias”, do segundo disco, “Anacrônico”, de 2005, elevando ainda mais a temperatura do show.
Entre gritos de “ei, Bolsonaro, vai tomar no c*”, a plateia continuou aquecida com “Setevidas”, do autointitulado álbum lançado em 2014, “Noite Inteira” e “Te Conecta”, que Pitty fez questão de lembrar o destaque da faixa internacionalmente.
O repertório teve sequência com as belas “Na Sua Estante” e “Motor”, quando Pitty deitou no chão e cantou olhando para uma câmera localizada no teto, enquanto a plateia acompanhava a performance em close da cantora no telão ao fundo do palco.
Após a cirandeira “Redimir” e antes do início do set acústico, Pitty contou um pouco sobre sua fase no começo de carreira.
“Muitos anos atrás, lá em Salvador, essa figura aqui resolveu pegar o violão para fazer um som com os acordes que sabia. Nessa época, eu nem pensava em fazer discos, mas existia essa vontade de transportar todos vocês para aquele quartinho. Desde lá isso vem rolando, e só foi crescendo. E eu não posso deixar de trazer vocês para esta matriz. Bem-vindos ao meu quartinho em Salvador”, definiu a mãe da pequena Madalena.
Sentada na beira do palco ao lado de Gui e Martin, Pitty tocou no violão a clássica “Teto de Vidro”. Logo depois, o trio executou “Quem Vai Queimar?”, que não era incluída nos shows desde 2007. Tanto que Pitty errou a música ainda nos primeiros versos.
A cantora então pediu para pararem tudo, sob alegação de que havia esquecido a letra pois era muito grande. Bem humorada, Pitty pediu um celular para poder lembrar as palavras, já que o momento era especial e ela queria fazer direito.
A plateia reagiu de forma efusiva ao empenho da cantora e acompanhou com atenção a performance, que resultou em um dos momentos mais marcantes da noite.
A reta final do repertório acústico teve “Dançando”, do projeto paralelo de Pitty com Martin, Agridoce, e a espetacular “Submersa”, que da metade em diante foi executada com a banda toda.
A poderosa “Roda”, “Bahia Blues” e “Me Adora” abriram caminho para o maior hit da cantora: “Máscara”. O público, claro, ficou ensandecido e a banda impressionada com o retorno dos fãs.
Pitty revelou que não queria ir embora sem cantar todas as faixas do “Matriz”, então veio, antes do bis, “Sol Quadrado”, que tem participação de Larissa Luz.
Na volta ao palco, a banda tocou “Equalize”, “Para o Grande Amor” e “Serpente”, finalizando a apresentação de quase duas horas de maneira catártica.
Visivelmente impactada, Pitty, que em diversos trechos do show relembrou sua relação íntima com a cidade do Rio, se despediu dos cariocas, que puderam testemunhar mais uma vez ao vivo o talento de uma das melhores artistas nacionais da atualidade.
Setlist:
- “Ninguém é de Ninguém”
- “Admirável Chip Novo”
- “Memórias”
- “Setevidas”
- “Noite Inteira”
- “Te Conecta”
- “Na Sua Estante”
- “Motor”
- “Redimir”
- “Teto de Vidro”
- “Quem Vai Queimar?”
- “Dançando” (Agridoce)
- “Submersa”
- “Roda”
- “Bahia Blues”
- “Me Adora”
- “Máscara”
- “Sol Quadrado”
Bis:
- “Equalize”
- “Para o Grande Amor”
- “Serpente”
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