Na última sexta-feira (26), Karol Conka e Xênia França promoveram uma verdadeira celebração em prol da diversidade e do empoderamento feminino em seus shows no Circo Voador, no Rio de Janeiro. É preciso destacar ainda a participação do coletivo de mulheres Slam das Minas, que estava presente no Espaço Lounge Casa das Pretas, que reuniu expositores que dialogam com o feminismo.
Com quatro integrantes naquele dia, o grupo, que faz rima a partir de temas necessários na nossa sociedade, mostrou seu talento não só na área externa da lona como também foi convidado ao palco por Karol, para recitar uma de suas poesias cheias de atitude, luta e verdade (aquela que muitos gostam de varrer pra debaixo do tapete). O Espaço Lounge Casa das Pretas era completado pelo Varal da Val, Afrobeach, Ateliê Ms. Vee, Cabrocha, Empório Afro, IPEAFRO e Sudário; exposição do Coletivo As Marias – Fotógrafas Negras e vídeos do Coletivo Mar de Elas, que incentiva a inserção de mulheres na área do audiovisual.
Xênia França foi a primeira a subir ao palco, por volta de 23h30, enquanto o público chegava aos poucos. A baiana radicada em São Paulo cantou as músicas de seu álbum de estreia autointitulado “Xênia”, lançado em 2017, sendo muito bem recebida pelos cariocas. Cheia de estilo e com suas tranças enormes, ela encantou a plateia com canções como “Pra que Me Chamas?”, carro-chefe do seu disco, “Nave”, que ganhou videoclipe no mês passado, “Minha História”, “Respeitem meus Cabelos, Brancos”, “Tereza Guerreira” e “Reach the Stars”.
Extremamente simpática e inteligente, Xênia lembrou o público, em diversos momentos da sua apresentação, sobre a importância de cultivar o amor nas suas mais variadas formas e olhar para dentro de si, para fazer bem tanto a nós mesmos como para os outros. Após o final do show, a DJ mineira Naroca, criadora das festas Geleia Geral Brasileira e Baixo Ventre, comandou a pista até a entrada de Karol Conka.
Quando o relógio já passava de 1h, a rapper curitibana subiu ao palco e a plateia continuava animada. Em turnê de seu mais recente álbum, “Ambulante”, de 2018, Karol, junto com o DJ Hadji e a percussionista Esther Araújo, botou todo mundo para dançar até o corpo suar com hits como “Vida que Vale”, “Bem Sucedida”, “Kaça”, “Suíte”, além das tranquilas “Fumacê” e “Saudade”. Porém, não faltaram também sucessos mais antigos como “Corre, Corre Erê”, “Gueto ao Luxo” e “Bate a Poeira”, do disco de 2013, “Batuk Freak”, fora os singles “Tombei” e “Lalá”.
Vestindo um look meio diferente, Karol, extrovertida como sempre, brincou dizendo que estava fazendo cosplay de Power Rangers, arrancando risadas da plateia. Em “Vogue do Gueto”, a cantora chamou ao palco quatro fãs e os rapazes performaram ao lado delas. Impressionada com a habilidade de um deles, a cantora pediu aplausos e cedeu espaço para cada um falar um pouco. Mais tarde, depois de uma das integrantes do Slam das Minas ter entregado o livreto do coletivo para Karol na primeira fileira do público, a artista convidou todas para apresentar uma de suas rimas.
Elas escolheram uma poesia que foi recitada pela Genesis, mas com a participação de todas, tornando o texto ainda mais forte. Merecidamente ovacionadas pelos fãs de Karol, as meninas deixaram o palco despertando o interesse de muitos. Que bela noite de música boa, resistência e luta!
fotos por Daiana Carvalho
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