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FLIP 2023: Feira literária de Paraty anuncia Pagu como a autora homenageada da 21ª edição.

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FLIP 2023: Feira literária de Paraty anuncia Pagu como a autora homenageada da 21ª edição.

A 21ª edição da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty tem uma autora homenageada especial: Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu.

Nascida em 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista (SP), Pagu foi uma figura multifacetada, atuando como jornalista, dramaturga, poeta, tradutora, cartunista e crítica cultural.

Sua vida e obra estiveram imersas nos movimentos modernista e feminista, além de seu ativismo contra o fascismo.

A escolha de homenagear Patrícia Rehder Galvão reflete o desejo de explorar sua importante contribuição para o movimento Modernista de 1922, mesmo sem ter participado da Semana de Arte Moderna.

O diretora artística da Flip, Mauro Munhoz, destaca que a homenagem visa também dar destaque a outras expressões literárias marginalizadas que merecem uma nova apreciação.

“A decisão de homenagear uma autora importante para o movimento Modernista de 1922, que não participou da Semana de Arte Moderna, passadas as celebrações de seu  centenário, vem do desejo de explorar sua produção artística muitas vezes reduzida por perspectivas limitadoras. Essa homenagem traz luz também a outras marginalidades literárias pujantes que merecem uma nova mirada “, comenta o diretor artístico da Flip, Mauro Munhoz.

Fernanda Bastos enfatiza a importância das várias manifestações de Pagu, questionando quantos universos a autora criou e expandiu por meio de suas obras. Ela retratou diferentes mulheres brasileiras, como operárias, mães, boêmias, artistas e aquelas que ansiavam pela liberdade.

“Quantas escritoras se manifestaram em Pagu? Quantos universos a autora criou e expandiu por meio de suas produções? Muitas são as paisagens de dentro e de fora que ela nos mostra com suas múltiplas linguagens, todas trazendo em comum uma contestação incansável diante do mundo rígido”, explica Fernanda Bastos.

Pagu utilizou vários pseudônimos ao longo de sua vida, evidenciando sua natureza inquieta e diversa.

A curadoria, composta por Fernanda Bastos, jornalista gaúcha e editora de livros, e Milena Britto, professora da UFBA, busca lançar luz sobre a ampla produção artística de Patrícia Rehder Galvão, assim como a de outras artistas e escritoras extraordinárias que enfrentaram estigmatização social devido à sua abordagem divergente em relação às normas estabelecidas.

Para Milena Britto, é transformador observar o presente sob a ótica de Pagu, pois sua forma de expressão cria uma paisagem diversificada.

“Com seus modos de dizer e desenhar mundos, Pagu desenvolve uma paisagem em que são retratadas diversas mulheres brasileiras: operárias, mães, boêmias, artistas, as que aspiram à liberdade. É transformador olhar o presente por meio das lentes de Pagu”, complementa Milena Britto.

Embora durante sua vida as diferentes linguagens usadas por Pagu tenham enfrentado incompreensão e até repulsa, hoje sua produção inspira reflexões que vão além dos limites da razão.

Sua estética representa um legado que convida os leitores a decifrá-la por meio das pistas que ela deixa.

A diversidade de gêneros presentes na obra de Patrícia Rehder Galvão a coloca como uma figura destacada na cena literária brasileira.

Pagu: Uma multiartista modernista

Embora tenha falecido em 12 de dezembro de 1962 sem o reconhecimento e a legitimidade que muitos de seus contemporâneos receberam, sua prolífica produção abrangeu desenhos, cartuns, traduções, poesias, prosas, críticas literárias, panfletos políticos, cadernos de croquis, correspondências, crônicas, diários e performances.

Seus romances “Parque Industrial” (1933) e “A Famosa Revista” (1945), este último em colaboração com Geraldo Ferraz, destacam-se em sua vasta bibliografia.

A Pagu no jornalismo e no teatro

Além de suas contribuições literárias, Pagu teve uma atuação destacada na imprensa, trabalhando em publicações como Brás Jornal, Revista da Antropofagia, O homem do povo/A mulher do povo, A platéia, A vanguarda socialista, France-Presse, Suplemento Literário do Jornal Diário de São Paulo, Fanfulla e A tribuna.

No teatro, ela traduziu importantes autores, muitos dos quais eram inéditos no Brasil na época, como James Joyce, Eugène Ionesco, Fernando Arrabal e Octavio Paz.

Pagu e sua importância política

Pagu também realizou uma entrevista com Sigmund Freud e introduziu a cultura da soja no Brasil por meio de seu contato com o imperador chinês Pu-Yu.

A obra e a figura política de Pagu têm sido abraçadas por grupos sociais que enxergam nela um símbolo da luta contra as desigualdades e a estigmatização, especialmente das mulheres e das feministas.

Sua multifacetada produção artística e sua postura desafiadora continuam a ecoar como uma fonte de inspiração.

A Flip através dos anos

A Flip, reconhecida como Patrimônio Histórico Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, é muito mais do que uma simples festa literária.

A cada edição, a Flip se torna uma experiência única que transcende os encontros promovidos durante os cinco dias do evento.

A literatura é uma ferramenta usada para criar pontes entre diversas formas de arte e conhecimento, e a Flip se destaca ao ocupar os espaços públicos de Paraty e promover a troca entre os visitantes e a comunidade local.

Além das conversas, palestras e lançamentos de livros com personalidades do mundo da cultura e literatura, a Flip também realiza ações de incentivo à leitura e à formação de novos leitores por meio de seu programa educativo para crianças e jovens, que se culmina na celebração da Flipinha e Flipzona.

A história da Flip é marcada pela presença de autores renomados de várias origens, tendências e linguagens. Entre os destaques internacionais estão nomes como Svetlana Alexijevich, Toni Morrison, J. M. Coetzee, Teresa Cárdenas, Salman Rushdie, Anne Enright, Jonathan Safran Foer, Nadine Gordimer, Karl Ove Knausgård, Ian McEwan, Chimamanda Ngozi Adichie, Amós Oz, Paul B. Preciado e, mais recentemente, Annie Ernaux.

A 21ª edição da Flip promete ser uma celebração da vida e obra de Patrícia Rehder Galvão, Pagu, destacando sua contribuição artística e seu impacto na literatura brasileira.

A festa literária ocorrerá em Paraty, proporcionando aos visitantes uma experiência enriquecedora e inspiradora, repleta de diálogos, reflexões e descobertas.

Serviço

21ª Flip – Festa Literária Internacional de Paraty
Data: 22 a 26 de novembro de 2023
www.flip.org.br

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