No último sábado (11), a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, foi palco de um dos momentos mais especiais da música nacional: a primeira noite do Festival Clássicos do Brasil em 2025. O evento, que também acontecerá nos dias 12, 18 e 19 de outubro, carrega a proposta de revisitar discos que marcaram gerações, fazendo homenagem a obras históricas da MPB, do rock nacional, do reggae e da cultura urbana.
Uma celebração à memória musical brasileira
Com a missão de celebrar a beleza e a potência da música brasileira, a abertura do festival neste ano conduziu o público por meio de uma viagem sonora, com shows inteiros dedicados a álbuns icônicos. A primeira apresentação ficou a cargo de Gabriel o Pensador, que relembrou as canções do aclamado disco Quebra-Cabeça, de 1997. Terceiro trabalho de estúdio do rapper carioca, o material marcou uma evolução tanto musical quanto lírica na carreira de Gabriel, mantendo o estilo crítico e bem-humorado que sempre o caracterizou.
Depois do atraso de cerca de 20 minutos, quando o público ainda ocupava os espaços da pista à frente do palco, o artista, hoje com 51 anos, animou a plateia com canções que misturam crítica social, poesia urbana e reflexões ainda pertinentes para a sociedade atual. Alguns dos sucessos presentes em Quebra-Cabeça são “Cachimbo da Paz”, “2345meia78”, “Festa da Música” e “Pátria Que Me Pariu”.
Cidade Negra e a força do reggae brasileiro
Depois, foi a vez do Cidade Negra subir ao palco com o álbum Sobre Todas as Forças, lançado em 1994. No setlist, além de “Mucama”, que abriu o repertório com a participação de Gabriel, responsável pela colaboração gravada no estúdio, foi apresentado canções do disco que fizeram sucesso como “Querem Meu Sangue”, “Pensamento”, “Doutor” e “Onde Você Mora?”.
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Uma referência importante no reggae brasileiro, que atravessou décadas com canções de identidade e empatia, o Cidade Negra também tocou “Girassol”, faixa que recentemente esteve envolvida em uma polêmica de gênero levantada pelo vocalista Toni Garrido. Depois de mudar a letra trocando a palavra “menino” para “menina”, o cantor agradou tanto gregos como troianos incluindo os dois termos nos versos.
Clássicos do Brasil teve shows de Gabriel o Pensador, Cidade Negra, Nação Zumbi e Marcelo D2
Mais tarde, a Nação Zumbi interpretou na íntegra o cultuado disco Da Lama ao Caos, um marco do manguebeat lançado em 1994 que mistura ritmos nordestinos com crítica social e experimentalismo. Marcelo D2, última atração do evento naquele dia, surgiu no palco para cantar com Jorge Du Peixe e companhia o clássico “Samba Makossa”. No repertório, também foram apresentados outros hinos presentes em Da Lama ao Caos como a faixa-título, “A Cidade”, “Computadores Fazem Arte”, “Risoflora” e “A Praieira”.
Em seu próprio show, D2 apresentou o premiado álbum À Procura da Batida Perfeita, que rodou o mundo inteiro em 2003. A performance revisitou a fusão inovadora que o músico do Planet Hemp fez entre o samba, rap e rock, aliado a batidas modernas e uma energia pulsante. O público pôde sambar e cantar bem alto ao som de sucessos como “Vai Vendo”, “A Maldição do Samba”, “CB (sangue Bom)”, “Lodeando”, “Qual é?” e “À Procura da Batida Perfeita“.
Vale lembrar que o festival Clássicos do Brasil conta com a chancela de importantes apoiadores culturais, sendo apresentado pela Petrobras e pelo Ministério da Cultura via Lei Federal de Incentivo à Cultura, tendo ainda o apoio de empresas como Vivo, Amstel e Estácio + Instituto Yduqs, além da Secretaria de Estado de Cultura do Rio.
Confira fotos do Clássicos do Brasil 2025 clicadas por Tadeu Goulart logo abaixo!
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