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Rafael Summers: As peças que formam cicatrizes invisíveis mostram a felicidade?

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Rafael Summers: As peças que formam cicatrizes invisíveis mostram a felicidade?

Rafael Summers é mais do que um músico, compositor e cantor. Ele é um artista que busca deixar uma mensagem através de sua arte. Com seu primeiro EP, “Córtex”, já disponível nas plataformas de áudio, o artista de 24 anos assinou um contrato com a gravadora Angorá Music e está trabalhando em seu próximo lançamento.

Rafael Summers tem foco e profissionalismo para lidar com todos os processos de criação de álbum pop. Sua sonoridade é uma mistura de gêneros “pop” e “pop-rock”, e suas canções falam de amor, desamores e experiências da própria vida.

Em uma era onde quase todos estamos conectados e consumindo música o tempo todo, Rafael Summers é um novo nome promissor no cenário musical. Seu EP Córtex é definitivamente um álbum que vale a pena ouvir, pois além de fazer música, ele também mostra como ser feliz através das peças que formam as cicatrizes invisíveis.

Entrevista com Rafael Summers

CSP: Como a arte chegou em sua vida?

RS: Acho que essa vontade de querer saber mais sobre arte, de querer fazer arte, tentar coisas e diferentes que teoricamente não é uma coisa que todo mundo faz, assim, né? Geralmente a gente é levado para o lado da infância. Durante a nossa infância as pessoas vão empurrando a gente para carreiras mais “formais”  e quando você decide fazer arte é meio que um desafio. 

Essa brincadeira toda começou quando eu ainda era bem pequeno e devo muito a minha tia. Tenho uma tia que é muito próxima a mim e teve uma época que a gente morou junto. Assim, morou eu, minha mãe, ela e minha avó ali, na mesma casa e ela sempre foi uma pessoa que consumia muito música, filmes e entretenimento de uma forma geral.

Por conta dela, eu tive muito contato com a música e comecei a consumir também. Ela tinha uma coleção enorme de CDs que tinha de Britney Spears, Madonna até Iron Maiden e  música nacional:  Zezé Di Camargo assim como Elvis Presley, tudo que você imaginar ela tinha de coleção, ela era uma fã de música de uma forma geral.

Então comecei a buscar minhas próprias referências, comecei a assistir MTV, assistir canais de música, assistir as séries que eu gostava e isso tudo eu comecei a achar a minha identidade.

Aí chegou uma hora que eu acho que olhei e falei: Eu quero fazer isso também. Eu quero seguir essa trajetória, quero que isso aconteça comigo também, eu quero gravar um clipe, quero cantar, quero ver um palco com pessoas me olhando e aí eu acho que a primeira parada disso tudo.

Eu me formei em teatro, mas eu olhava e falava: Tá! Mas eu ainda quero falar mais coisas que não tenho liberdade para falar como um personagem. Eu quero ser mais, eu quero e tô sentindo falta de música e aí aquilo começou a crescer. Aí falei: Agora não vou querer mais fazer teatro, quero explorar um pouco mais o mundo da música.

CSP: Sua inspiração dentro da família foi a sua tia, mas você tem dentro da sua família outros artistas?

Na minha família, não há pessoas que tenho uma grande proximidade, não convivo o tempo inteiro como era o caso da minha tia, mas é engraçado porque a minha família, não sei exatamente como explicar, mas a minha família sempre foi bem musical. Por exemplo: lembro que minha avó, uma pessoa que nem é ligada em música, mas gostava de ficar cantando em casa, lavando as louças e cantando, sabe?

CSP: Como você lida com essas questões da postura do artista ou como os artistas têm que calcular seus investimentos na carreira?

RS: É um investimento muito alto, então a gente faz assim: Quando vou lançar alguma coisa, gosto que aquilo esteja muito bem planejado e organizado. Não gosto de fazer as coisas assim: Ah! Vamos lançar para ver onde vai dar e depois a gente investe nisso, depois a gente investe naquilo.

Antes de lançar cada faixa existe todo um planejamento, a gente pega e fala “Pô, tá bom, a gente vai lançar essa música, ok? O que preciso fazer para essa música virar um single? Ela tem potencial?

Então vamos atrás de fazer um clipe. Inclusive, nós começando os preparativos para o segundo EP que vai sair em 2023, estamos nessa fase de discutir ideias e definir detalhes.

Se fosse por vontade própria, se dependesse apenas da minha vontade a gente montava 500 mil vídeos e fazia 500 mil apresentações, mas para fazer um monte de coisas acontecer, a gente tem que ter aquela parte mais na realidade.

Tenho a sorte de dois fatores que são bem essenciais: primeiro que tenho um suporte da minha família, minha família sempre me ajudou no que eles podem e o que eles podem fazer eles fazem.

E tem essa parte que corro atrás e também faço outras coisas por fora para financiar esses projetos, eu sempre percebi que não tinha sido tão simples chegar até aqui, entendi que foi um caminho para conseguir tudo isso e me movimentar.

Eu também queria dar a chance para as pessoas que estão começando, assim como eu. Então, por ter feito faculdade de comunicação, conhecia muita gente de design, filmagem e de fotografia. Quando tive a oportunidade de fazer o primeiro EP, todas as coisas que foram lançadas dele eu chamei as pessoas que estudaram comigo com um amigo de faculdade que queria muito ser fotógrafo, mas não tinha portfólio.

Falei “Vamos fazer esse portfólio.” Você me ajuda com a minha capa e te ajudo sendo o seu modelo, e sendo assim, hoje em dia ele tem capas e fotos disponíveis no Spotify. Todas as minhas fotos são dele.

Tenho dois grandes amigos que me ajudaram muito na parte dos videoclipes, porque eles eram de rádio e TV, foi uma colaboração e eu achava que seria um caminho legal, ainda mais agora, nesse começo.

Eu sabia que se contratasse um fotógrafo a foto ia sair linda, uma foto maravilhosa. Mas acho que aquela foto não ia significar tanto para ele quanto para a pessoa que precisava dessa foto.

A mesma coisa pensando por exemplo em mim: Para outra gravadora pode ser que a minha música seja só mais uma música naquele catálogo, mas para mim e para as pessoas que me acompanham, aquela música é especial.

CSP: Suas músicas trazem um pouco das suas experiências, você traz suas lições de vida e aquilo que você viu e viveu, mas como funciona o seu processo de criação?

RS: Então, no novo EP está sendo um pouco diferente, tá sendo muito legal porque eu decidi me desafiar em algumas coisas, mas assim, geralmente eu sempre escrevo sobre o que estou vivendo. Se estou vivendo uma fase boa, escrevo sobre isso, estou vivendo uma fase complicada, escrevo sobre aquilo, estou gostando de alguém?

Escrevia também aquilo!  Era sempre baseado nas minhas vivências, mas quando a gente começou a fazer o “Córtex”, a gente assinou o contrato e veio a pandemia.

Então nesse processo todo, eu ficava me perguntando: Como que vou me introduzir? Como que vou mostrar para as pessoas quem eu sou? Muitas pessoas vão se identificar comigo? E a partir disso tudo surgiu as músicas.

Nesse processo do primeiro álbum, foi muito introspectivo, era eu meus pensamentos, meus sentimentos e o quê eu quero passar para as pessoas. O que eu acho importante que as pessoas ouçam nas minhas músicas.

A partir dali, além de sentir um amadurecimento, acho que isso  moldou um pouco a minha imagem também e percebi que não quero fazer música só por fazer e falar coisas superficiais, quero que as pessoas ouçam as músicas e falem “Nossa, entendi o que você quis dizer, me identifiquei com a sua situação, com o que você passou. Eu também sinto isso, eu também penso assim.” 

Então basicamente começa comigo fazendo uma letra, geralmente começo sempre com a letra, mas na minha cabeça eu já meio que fico ali, escrevo a letra e gravo um áudiozinho cantando para não esquecer aquilo que eu fiz. E aí vou montando.

Chega uma hora eu pego algumas músicas e sento no piano que é o instrumento que tenho mais conhecimento, em outros momentos levei a música só com a voz e com a ideia para o estúdio e junto com o produtor da gravadora, nós montamos a sonoridade cada faixa, e cada música tem uma identidade.

No segundo EP vou me desafiar e escrever músicas baseadas em outras pessoas. 

CSP: Você compõe em inglês e depois faz uma versão para português ou você compõe direto no idioma da ideia inicial da música?

RS: Na verdade acho muito mais fácil escrever em inglês do que em português, acho que até tem a ver com o fato que a gente consome muito essa língua no nosso dia a dia.

Quando comecei a composição do primeiro projeto, estava morando fora, morava nos Estados Unidos, então tudo ali me influenciou muito a escrever em inglês eu achava mais fácil.

Se estou escrevendo em inglês, escrevo em inglês, não transponho nada, penso no idioma que estou escrevendo.

Assista a entrevista no Youtube!

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