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Todo mundo tem um pouco de mãe

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Todo mundo tem um pouco de mãe

Dia das Mães.
Eu poderia dizer que é hoje, mas, sendo bem honesto, não seria estranho se fosse todo dia. Talvez o mundo fosse mais justo se fosse todo dia. Passei dois dias tentando encontrar uma forma de escrever sobre isso — sobre elas — aqui no blog, no Instagram, no mundo. Mas como falar de algo que atravessa o tempo, o corpo, o afeto e até os silêncios?

Não é fácil falar de mãe.
E digo isso com o coração em mãos porque, ao contrário de quem tem uma mãe só, eu tive muitas. Muitas mesmo. Não porque me faltou, mas porque, de alguma forma, me sobrou. Fui adotado por várias mulheres que, com paciência e coragem, me criaram aos pedaços. Umas cuidaram das minhas feridas, outras me ensinaram a não ter vergonha delas. Umas me deram broncas, outras deram colo. Algumas foram rigor, outras foram abrigo.

E é por isso que, quando penso em “mãe”, meu peito não chama um nome só.

Ele chama Jeanne, Nilma, Cristiane, Anne, Silésia, Márcia, Luciana… Chama vizinhas, professoras, amigas e até desconhecidas que, no meio da vida, me deram conselhos como só mães sabem dar. Cada uma delas moldou quem sou. Sou feito de retalhos — mas desses bem bordados, com linha forte e carinho nos detalhes.

Depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que todo mundo tem um pouco de mãe dentro de si.
Não importa o gênero, a idade, o lugar. Se você já cuidou de alguém, já protegeu, já se preocupou, já fez comida pra alguém comer, já perdeu o sono pra esperar quem ama… você já foi mãe de alguém, mesmo que por uns segundos.

Fui buscar no dicionário o que é mãe. E, como bom dicionário, lá estava:

Mãe – substantivo feminino.

  1. Mulher que deu à luz, que cria ou criou um ou mais filhos.

Seco. Prático. Quase impessoal.

Mas a vida é mais bonita que o dicionário. A vida mostra que mãe é quem cuida. É quem fica. É quem ensina. É quem segura a onda. É quem reza baixinho antes de dormir, mesmo cansada. É quem sonha com a nossa vitória e chora com a nossa dor. Mãe, no fim, é quem ama até quando não tem certeza de como amar.

Hoje, não quero escrever para uma mãe só. Quero agradecer a todas. Às que me colocaram no mundo. Às que me ensinaram a não ter medo dele. Às que não me pariram, mas me escolheram. Às que continuam, às que partiram, às que viraram saudade boa e às que ainda serão.

Feliz Dia das Mães — todos os dias — Para quem pariu, para quem criou, para quem educou, para quem amou. E para quem, mesmo sem perceber, foi o lar de alguém.

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