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Musical conta a história de Brenda Lee, mulher trans que lutou pelos direitos das pessoas com HIV/Aids no Brasil

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Musical conta a história de Brenda Lee, mulher trans que lutou pelos direitos das pessoas com HIV/Aids no Brasil

Em um mundo bem diferente do que conhecemos hoje, uma mulher transexual que orgulhosamente também se reconhecia como travesti, lutava para defender os direitos da comunidade LGBTQIA+.

Em sua nova produção, o Núcleo Experimental conta a história da travesti Caetana, também conhecida como Brenda Lee que se tornou um marco na luta por direitos LGBTQIA+.

O musical “Brenda Lee e o Palácio das Princesas” tem dramaturgia, letras e direção da ganhadora do Prêmio Bibi Ferreira, Fernanda Maria, direção e figurinos de Zé Henrique de Paula e música original de Rafa Miranda

O elenco do musical ” Brenda Lee e o Palácio das Princesas” conta com seis atrizes: Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Marina Mathey, Tyller Antunes, Ambrosia e June Weimar todes transvestigêneres e um ator cisgênero Fabio Redkowicz.

A orquestra é formada por Rafa Miranda (piano), João Baracho (bases), Pedro Macedo (baixo), Abner Paul (bateria) e Leandro Nonato (violão). O musical ainda contou com a preparação de atores de Inês Aranha e coreografia de Gabriel Malo.

No musical, são abordados diversos temas sobre a luta das travestis nas ruas de São Paulo, a escassez de oportunidades que as impõe à prostituição como única saída para sobrevivência e como foram apoiadas por Brenda, que as acolheu em sua casa em uma época que quase nada se sabia sobre a ‘doença’.

Sinopse

O musical Brenda Lee e o Palácio das Princesas traz um pouco da história de Brenda Lee, chamada de o “anjo da guarda das travestis”, ativista que fundou a primeira casa de apoio para pessoas com HIV/Aids, do Brasil. Ela tem uma pensão para travestis que, em sua maioria, vivem da prostituição. Apesar da realidade de violência em que vivem, dentro da casa as travestis são acolhidas por Brenda, que lhes ensina a querer mais da vida.

Quem é a travesti Brenda Lee?

Brenda Lee foi homenageada diversas vezes por artistas, profissionais da saúde e anos após sua morte recebeu um doodle do Google,

A história de Brenda Lee, uma mulher trans, nascida em Pernambuco, em 1948, foi se propagando pela comunidade LGBTQIA+ de todo país. Brenda foi uma militante transexual dos direitos civis da população LGBTQIA+, em quanto morava em São Paulo, vendo o desespero das epidemia do vírus do HIV se espalhando sobre tudo em gays, trans e travestis, comprou um sobrado no bairro do Bixiga e começou a acolher travestis portadoras do vírus HIV numa época em que quase nada se sabia sobre o vírus e que o preconceito condenava pessoas com HIV ao abandono e à solidão.

A importância de Brenda Lee foi enorme, sua casa de apoio e acolhimento à população trans ficou conhecida como Palácio das Princesas, firmou convênios com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e com o Hospital Emílio Ribas e em conjunto, aprimoraram a forma de atender pacientes soropositivos, independente de gênero, sexo, orientação sexual e etnia.

Aos 48 anos, em 28 de maio de 1996, no auge de seu projeto, Brenda foi assassinada, encontrada no interior de uma Kombi estacionada em um terreno baldio com tiros na região da boca e no peitoral.

O crime teria sido motivado por um golpe financeiro cometido por um funcionário da casa. Em 2008, foi criado o “Prêmio Brenda Lee”, que contempla personalidades que se destacam na luta contra o HIV e prevenção da Aids.

Brenda Lee em sua casa cuidando dos seu protegides.

No musical, as letras são de Fernanda Maia e as músicas de Rafa Miranda. As canções têm elementos de brasilidade aliados à contemporaneidade, tendo como referência compositores queer, transgêneros e não binários. Bases eletrônicas deverão aludir à boate, mas as canções das personagens terão contornos melódicos elaborados e harmonias que reforcem o aspecto afetivo da canção.

Processo de criação do espetáculo

A dramaturgia alia três planos: o dos números musicais, que faz uma homenagem às antiga boates da noite paulistana que nos anos 80 foram um porto seguro da população transgênero e geraram oportunidades de trabalho para as travestis.

Neste plano as meninas da casa da Brenda contam suas histórias pregressas e falam de seus sonhos e objetivos através de canções; o plano da história cronológica em que Brenda abre mão do sonho de ter seu “Palácio das Princesas” para poder acolher as amigas que estavam doentes e o plano das entrevistas.

“Na dramaturgia, inserimos transcrições de entrevistas reais de Brenda Lee colhidas de registros em vídeo na internet. Nestas entrevistas ela conta quem é, fala sobre sua família, sobre a prostituição, sobre como amealhou um patrimônio e o colocou à disposição de outras amigas. Fala sobre o trabalho na casa e sua relação com a morte.

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As moradoras da casa de Brenda Lee (Isabelle Labete, Ariela del Mare, Blanche de Niège, Raíssa e Cynthia Minelli) foram inspiradas pelas princesas de contos de fada, numa alusão ao apelido da casa. Suas histórias foram construídas a partir das histórias de travestis reais através da nossa pesquisa”, conta Fernanda Maia.

O Dr. Jamal Suleiman é infectologista e ainda trabalha no Hospital Emílio Ribas, ele conheceu Brenda Lee, quando ela levava suas moradoras ao hospital, no início da epidemia.

Como o Hospital ainda não possuía uma estrutura especializada no atendimento de HIV/Aids e como os médicos e enfermeiros não possuíam preparo para o atendimento da população transvestigênere, ainda muito marginalizada, ele se ofereceu para atender dentro da casa de Brenda.

O Dr. Paulo Roberto Teixeira, infectologista, atualmente aposentado, foi um dos pioneiros no enfrentamento da epidemia de Aids no Brasil, graças ao seu esforço incansável e à sua luta pela quebra de patentes, os medicamentos antirretrovirais são distribuídos gratuitamente pelo SUS.

“Conseguimos um material bibliográfico de apoio além de depoimentos de pessoas que conheceram pessoalmente Brenda Lee, foram moradoras ou trabalharam na casa. Duas dessas pessoas foram os médicos Jamal Suleiman e Paulo Roberto Teixeira.

Num grande número final, as “filhas de Caetana”, cantam suas vitórias e celebram sua grande protetora, que abriu caminho para que elas pudessem ter uma vida melhor.

SERVIÇO

Serviço

Brenda Lee e o Palácio das Princesas, do Núcleo Experimental
Temporada: 04/08 a 04/09
Teatro do Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637, Barra Funda
Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)
Vendas online em Sympla
Classificação: 12 anos
Duração: 1h50
Capacidade: 96 lugares

Fotos Musical: Ale Catan
Fotos Brenda: Reprodução

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