fbpx
CINEMA

“A Morte Não Te Ama” é o curta que desafiou 2020 e você precisa ficar ligado nele

Publicado em

“A Morte Não Te Ama” é o curta que desafiou 2020 e você precisa ficar ligado nele

Vivemos um ano atípico e ninguém tem dúvidas disso. A pandemia da Covid-19 virou nossas rotinas de cabeça para baixo, além de ceifar cruelmente milhões de vidas ao redor do mundo.

Foi preciso nos adaptarmos de diversas formas, e isso vale também para indústria do entretenimento. Muitas produções do audiovisual foram interrompidas ou até abandonadas, pois a necessidade do isolamento social foi, e ainda é, primordial para salvar a humanidade do coronavírus.

Agora, se o cenário pandêmico já é catastrófico para os grandes estúdios, imagina o que acontece com o cinema independente? A resposta: ele agoniza.

Porém, existem projetos que pegaram a contra-mão dessa tendência e, estrategicamente, conseguiram superar as adversidades, realizando algo que parecia inpensável nos dias atuais.

No caso, estamos falando do novo curta-metragem de Fábio Brandão, “A Morte Não Te Ama“. Estrelado por Giovanna Muricy, o filme aproveitou a personagem Selma, dirigida por Roby Amaral em “Entes Paralelos“, que estreou recentemente.

Giovanna Muricy estrela o elenco de “A Morte Não Te Ama”

Todas as etapas do curta foram realizadas de maneira remota e/ou com equipe reduzida no set de gravação, respeitando todas as orientações sanitárias e de segurança disseminadas pelos órgãos responsáveis.

Giovanna, por exemplo, fez teste de Covid-19 por duas vezes em cinco dias de filmagens, o que demonstra o cuidado e a forma peculiar como tudo foi conduzido. Os outros profissionais também fizeram testes de Covid.

Além disso, regras de distanciamento precisaram ser cumpridas no set e sempre que um dos atores retirava sua máscara para gravar diminuíam ainda mais o número de pessoas em volta da cena.

Equipe no set de filmagens no Rio de Janeiro

“Foram três meses de ensaios online e as cenas foram marcadas na hora. Tudo foi muito orgânico porque várias coisas tiveram que ser inventadas ou reinventadas conforme a necessidade. Tivemos dois profissionais que tiveram contato com outras pessoas que testaram positivo para Covid e precisaram ser cortadas do set por precaução”, conta o diretor Fábio Brandão.

“Tudo foi feito de uma forma diferente por causa desse contexto pandêmico. A gente só saía de casa para fazer visita de locação. Todo mundo trabalhou demais para que tudo funcionasse da melhor maneira possível. O processo foi atípico por si só e rendeu um aprendizado incrível. Dificilmente a gente vai esquecer do que a gente viveu e essa experiência mudou a vida de muita gente,” completa o cineasta.

Fábio Brandão e Giovanna Muricy

Fábio, inclusive, só tem elogios a direcionar para sua atriz principal. “É impressionante a atuação da Giovanna. Ela atingiu uma maturidade cênica maravilhosa com a Selma. Ao mesmo tempo tinha um modus operandi pela sua psicopatia, a cada parte da história surgiam nuances diferentes, e tudo isso era perfeitamente aparente na atuação dela fosse no corpo, no olhar ou na voz. Resultado de um trabalho de estudo profundo da personagem, de muita disciplina, muito profissionalismo e, claro, muito talento”, diz.

A atriz de 22 anos, que encarou sua primeira protagonista no cinema em “A Morte não te Ama”, também teceu muitos comentários positivos sobre o diretor.

“A direção do Fabinho foi impecável, me permitindo explorar diversas nuances em cena, sempre carregadas de uma liberdade criativa que eu como atriz busco a todo momento”, afirma Giovanna.

“Contracenei com atores que eu nunca havia visto pessoalmente. O incrível é que a energia do set era tão boa que já parecíamos grandes amigos. Saio desse projeto muito grata, e com um sorriso no rosto por ter feito o que amo, e aprendido tanto,” complementa.

Giovanna Muricy em cena com João Fernandes

A estrela de “A Morte Não Te Ama” ainda revela que a personagem foi fundamental para aliviar a pressão diante do distanciamento que a quarentena provocou.

Na trama, Selma é uma assassina em série que usa seu jeito de femme fatale para atrair e matar os homens. Quando ela se apaixona, sua relação com a morte, que até então não permitia erros, pode ser comprometida.

Selma foi aos poucos tomando conta de mim e preenchendo minha solidão durante esses meses de isolamento social – acompanhados, claro, pela construção da personagem. É diferente ensaiar por streaming aqui dentro de casa, ouvir a voz dos colegas de cena enquanto está no seu quarto. É mais do que o ‘trazer o personagem para si‘. Ao chegar no set, com toda a segurança oferecida pela produção, pude soltá-la ainda mais e oferecer a liberdade que ela tanto aspirava. E a partir disso ela cresceu e se expressou”, comenta Giovanna.

Este é o terceiro trabalho de Giovanna Muricy com o diretor Fábio Brandão

Aliás, Fábio Brandão classifica seu filme como uma obra bastante “girl power“, já que ele fez questão de colocar mulheres nos principais postos de trabalho. Para o diretor, era preciso estar próximo destes olhares femininos para contar a história de Selma.

Uma dessas profissionais é a fotógrafa May Bandeira, que nunca tinha pisado em um set de filmagem e, segundo Fábio, executou um trabalho primoroso.

“Eu preciso falar sobre o quão importante foi fazer esse filme no ano de 2020. A sensação de que não foi um ano perdido, de que ele existiu e que coisas foram concretizadas apesar de tudo é muito importante pra fazer a gente entender que a gente está existindo no agora”, diz May.

“Tenho que falar também sobre essa oportunidade que o Fábio me deu mesmo sem me conhecer pessoalmente. Eu trabalho no audiovisual há oito anos, mas nunca tinha feito cinema. Realizar algo, em segurança, no meio da pandemia foi salvador. O legal desse trabalho também foi ter uma equipe bem mista, com homens e mulheres em set, o que dificilmente se vê no audiovisual,” destaca.

Joana Lugon, que interpreta a personagem Luiza, reforça a união de equipe e o ineditismo do processo como um todo.

“A forma de ensaiar sem contato com as pessoas, sem sentir toda a energia da cena e ir criando isso com os outros foi a parte mais complicada, ao mesmo tempo muito gratificante. É muito bom ver quanta gente se mobilizou nesse momento difícil para fazer isso tudo acontecer de forma segura, com equipe reduzida e mantendo a qualidade do trabalho,” define.

Cristiano Garcia, que vive Alberto na história, personagem responsável pela transição de Selma, diz que o processo trabalhoso e inédito culminou nos resultados obtidos.

Giovanna Muricy e Cristiano Garcia

“Foi difícil a maneira como todos nós tivemos que aprender a trabalhar. Desde a leitura do roteiro, passando pelo contato com os colegas em cena, até o estudo em casa, tudo foi diferente. E isso também fez com que a gente chegasse onde a gente queria. Tivemos todo um cuidado, respeitamos protocolos. Fomos uma equipe sensacional”, afirma Cristiano.

Ronald Sotto, que trabalhou pela primeira vez com Fábio Brandão, ressalta a confiança que os atores estabelecem com o cineasta.

Veja também:

Giovanna Muricy, um talento em ascensão na escassez do audiovisual

“O Fábio é um diretor que dá muita liberdade ao elenco. A gente consegue trocar bastante com ele e ao mesmo tempo ele sabe cobrar e comandar para que tudo funcione. Ele no set é o mesmo cara dos ensaios virtuais, super disponível e isso foi muito legal”, conta, acrescentando que a parceria com Giovanna Muricy já estava bem entrosada ainda na etapa dos ensaios online.

Ronald Sotto integrou o elenco da temporada mais recente de “Malhação” (2019/20)

O elenco de “A Morte Não Te Ama” conta também com João Fernandes e Daniel Baroni. O curta atualmente está em fase de pós-produção e, a princípio, a expectativa é lançá-lo em meados de 2021. Inclusive, a pandemia do coronavírus também afetou o cronograma do projeto anterior de Fábio Brandão, “Story.telling”, que deve sair no mesmo período que seu filme atual.

Fotos: André Mello

Envie para
um amigo


Seja um apoiador

Ao se tornar um apoiador, você passa a receber conteúdos exclusivos e participa de sorteios e promoções especiais para apoiadores.

Comentários